No jornal de 1982, ecoava a euforia de um mundo que testemunhava o crescimento meteórico da indústria dos videogames naquela época. Os estúdios de Hollywood estavam começando a prestar atenção, e todos aguardavam ansiosamente a adaptação de "ET, o Extraterrestre" para os consoles, especialmente para o Atari, uma das maiores empresas da época. Prometia ser o início de uma nova era de filmes baseados em jogos.
Contudo, a realidade foi muito diferente. Dizer que "O Jogo" foi ruim seria um eufemismo. Foi um desastre completo em todos os sentidos. Desenvolvido em cerca de seis meses para atender à demanda do Natal, o jogo apresentou gráficos de baixa qualidade e controles repetitivos e frustrantes.
Então, o que a Atari estava pensando? A verdade é que eles estavam excessivamente confiantes no sucesso de "ET" e produziram mais cartuchos do jogo do que consoles Atari 2600 existiam no mundo. O resultado foi um fracasso retumbante, e a Atari tentou esconder seu fracasso enterrando de 10 a 20 caminhões cheios de cartuchos em um terreno no Texas. No ano seguinte, a empresa perdeu mais de meio bilhão de dólares e foi vendida pouco tempo depois.
Até hoje, "O Jogo" é citado como o grande responsável pela quebra da Atari, um marco na história dos videogames que demonstra o que pode acontecer quando a ganância e a arrogância superam a qualidade e a consideração pelos jogadores. O filme que prometia ser o pioneiro em adaptações de videogames acabou se tornando um símbolo de fracasso.